Um cântaro de mais de 2.000 anos contendo o Elixir da Vida, o “remédio da imortalidade”, foi encontrado por arqueólogos na China em tumba de dinastia imperial. A informação é da Agência Xinhua News.
Uma equipe de arqueólogos descobriu que um cântaro de bronze escavado na província de Henan, região central da China, continha o “elixir da vida” como descrito pela literatura taoísta antiga. O objeto contendo o líquido foi escavado em outubro de 2018, na cidade de Luoyang. O cântaro estava enterrado em uma tumba da dinastia Han ocidental (202 a.C. a 8 d.C.).
O cântaro continha cerca de 3,5 litros do líquido. Inicialmente, os arqueólogos acreditavam tratar-se de alguma bebida destilada, devido ao aroma alcoólico exalado pela substância.
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O cântaro encontrado e seu conteúdo: o Elixir da Vida | VCG
No entanto, pesquisas subsequentes em laboratório revelaram que o líquido era composto sobretudo de nitrato de potássio e alunita. As duas substâncias são os principais ingredientes do medicamento da imortalidade mencionado em textos antigos do Taoísmo, de acordo com Pan Fusheng, arqueólogo chefe das escavações.
O diretor do Instituto de Relíquias Culturais e Arqueologia em Luoyang, Shi Jiazhen, também falou sobre a descoberta.
“Esta é a primeira vez que os míticos ‘remédios da imortalidade’ foram encontrados na China. O líquido possui um valor significativo para o estudo dos antigos pensamentos chineses sobre a busca pela imortalidade e a evolução da civilização chinesa.”
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A tumba onde foram encontrados os objetos se estende por 210 metros quadrados. Um grande número de cântaros de argila pintadas de cores, artigos de jade e artefatos de bronze também foi escavado. Do mesmo modo, os restos mortais do ocupante do túmulo foram recuperados e preservados.
“O túmulo fornece material valioso para o estudo da vida dos nobres han ocidentais, bem como os rituais fúnebres e costumes do período”
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Arqueólogos escavando tumba da dinastia Han ocidental (202 a.C. a 8 d.C.) em outubro de 2018 | VCG
Ironicamente, existem relatos de que a busca pela imortalidade por nobres chineses do passado acabou por abreviar suas vidas. Qin Shi Huang Di, rei da dinastia Qin de 247 a.C. a 221 a.C e, posteriormente, primeiro imperador da China unificada (221 a.C. a 210 a.C), veio a falecer aos 39 anos. O monarca era obcecado pela imortalidade. Por este motivo, ingeriu cinábrio (sulfeto de mercúrio) visando prolongar sua vida. Hoje, sabe-se que o mercúrio é venenoso, portanto, nada de tentar a receita em casa.