Trabalhadores de obras rodoviárias encontraram evidências do que seria a cerveja mais antiga feita na Grã-Bretanha, com mais de 2000 anos. A informação é da BBC.
A mistura de resíduos carbonizados e de outros materiais encontrados indicam a fabricação de cerveja, remontando até ao ano 400 a.C., em plena Idade do Ferro do norte da Europa. Essas foram as evidências do gênero mais antigas encontradas nas Ilhas Britânicas até agora. A descoberta foi realizada nas obras do projeto rodoviário A14 no condado de Cambridgeshire. O projeto teve início em 2016.
Enquanto escavavam a terra, os trabalhadores encontraram o que parecia ser carvão. A presença de resíduos carbonizados enterrados profundamente no solo indicaria algum tipo de atividade humana. Por conta disso, os fragmentos foram entregues a especialistas que trabalham na área paralelamente às obras rodoviárias.
Avaliação técnica
Os restos carbonizados foram repassados à arqueobotânica Lara Gonzalez para análises. Estudiosa das plantas antigas, ela investiga a relação desses vegetais com as sociedades contemporâneas a eles. Gonzalez usou um microscópio eletrônico de varredura (MEV) para examinar o material.
“Eu sabia quando olhei no microscópio para esses minúsculos fragmentos que eu tinha algo especial.
A microestrutura dos fragmentos era de grãos que haviam sido alterados em decorrência de um processo. Parecia que eles tinham sido alterados por esmagamento e ebulição, devido à presença de bolhas de ar.”
Gonzales acrescentou dizendo que os resíduos pareciam os de pão, mas mostravam “evidência de fermentação, contendo pedaços maiores de grãos rachados e farelo, porém sem farinha fina”.
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O Dr. Steve Sherlock, chefe de arqueologia do projeto rodoviário A14, também falou a respeito da descoberta à BBC:
“É um fato bem conhecido que populações antigas utilizavam o processo de fabricação de cerveja para purificar a água e criar uma fonte segura de hidratação, mas essa é potencialmente a evidência física mais antiga desse processo no Reino Unido.”
Outras descobertas
Além desse último achado, as obras já trouxeram à luz restos mortais de um mamute-lanoso que poderia ter pelo menos 150.000 anos. Também desenterraram henges pré-históricos, assentamentos da Idade do Ferro, fornos romanos, três aldeias anglo-saxônicas e uma aldeola medieval.