Estudo publicado na revista acadêmica Antiquity revela que alguns dos “crannógs” escoceses são milhares de anos mais antigos do que imaginava-se. A informação é da BBC.
Crannógs são assentamentos fortificados e ilhas artificiais construídos em lagos (“lochs”). Até então, acreditava-se que eles teriam surgido na Idade do Ferro, período que iniciou no ano 800 a.C. nas Ilhas Britânicas. No entanto, uma equipe de arqueólogos descobriu, a partir de datação por radiocarbono, que quatro sítios arqueológicos nas Ilhas Ocidentais da Escócia remontam ao período entre 3640-3360 a.C., em pleno Neolítico, antes do círculo de pedras de Stonehenge ter sido erigido.
O monumento pré-histórico em Wiltshire, Inglaterra, é uma das heranças materiais neolíticas mais conhecidas da Grã-Bretanha. O círculo de pedras de Stonehenge foi erguido no final do período neolítico, por volta de 2500 a.C.
A descoberta é também anterior ao assentamento neolítico de Skara Brae, a aldeia mais preservada do período no norte da Europa. Sua ocupação se deu entre 3200-2200 a.C.
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Os arqueólogos Dr. Duncan Garrow (University of Reading), e Dr. Fraser Sturt (University of Southampton) foram os responsáveis pela investigação de quatro crannógs na Ilha de Lewis, nas Ilhas Ocidentais.
Em um dos sítios, cerâmica neolítica bem preservada já havia sido encontrada no leito de um lago. O achado foi obra de Chris Murray, um ex-mergulhador da Marinha Real residente em Lewis.
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A investigação dos arqueólogos incluiu a realização de levantamentos submarinos e escavações nos sítios arqueológicos. Dessa maneira, buscou-se obter “provas conclusivas da construção de ilhotas artificiais durante o Neolítico”.
Os arqueólogos disseram que a construção dos crannógs era “um esforço monumental”, realizado a partir do empilhamento de pedras no leito do lago. No caso específico de um sítio no Loch Bhorgastail, os trabalhos culminaram ainda na construção de uma ponte de pedra.
Eles acreditam ser possível que outros crannógs escoceses, bem como sítios semelhantes na Irlanda, também sejam neolíticos.
O estudo completo pode ser lido na revista Antiquity.
Anteriormente, pensava-se que os crannógs tivessem sido construídos e reutilizados durante um período de 2.500 anos, desde a Idade do Ferro até o período pós-medieval.