Uma vasta necrópole foi descoberta durante obras no sistema de esgoto da cidade de Lárnaca, sudeste de Chipre. A informação é do Tornos News.
Mais de 110 tumbas foram escavadas em operações de resgate levadas a cabo pelo Departamento de Antiguidades de Chipre, entre junho de 2016 e outubro de 2018. O achado revelou importantes vestígios da história de mais de 5.000 anos de povoamento da cidade.
As sepulturas datam da Idade do Bronze ao período romano tardio (século IV d.C.). Em sua maioria, as tumbas assumem a forma de câmaras retangulares e subterrâneas, escavadas na rocha e com uma ou duas câmaras adjacentes. A área escavada possui vários quilômetros de extensão no total.
Uma das tumbas escavadas em Lárnaca | Foto: Departamento de Antiguidades de Chipre
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As entradas das tumbas consistem de um corredor inclinado ou de uma escada esculpida. Por vezes, nichos eram esculpidos nas paredes do corredor, possivelmente para depositar oferendas ao falecido. Cada vez que alguém era enterrado em uma das tumbas, o stomion (ponto de entrada da câmara) era selado com uma laje de gesso ou com pedras.
As tumbas eram utilizadas em enterros coletivos e, em sua maioria, parecem ter sido usadas por séculos. A descoberta revelou diversos objetos como recipientes para uso cotidiano e armazenamento, além de mercadorias finas e adornos pessoais feitos de ouro, bronze e pedras semipreciosas.
Objetos encontrados em uma das tumbas escavadas em Lárnaca | Foto: Departamento de Antiguidades de Chipre
Vestígios do núcleo urbano de Kition
As escavações revelaram ainda a engenhosidade dos habitantes da antiga cidade. Foram encontrados dutos cerâmicos do período helenístico utilizados na canalização subterrânea de água, igualmente esculpidos na rocha e estendendo-se por vários quilômetros.
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Na Idade do Ferro, a então Kition tornou-se uma das mais importantes cidade-reino de Chipre. Muito mais tarde, viria a ser um ponto de parada para os peregrinos dos tempos medievais rumo ao Oriente Médio.
Kition foi colonizada inicialmente pelos micênicos. Posteriormente, fenícios, assírios, egípcios, persas, macedônios e, finalmente, romanos deixaram suas marcas ali. A antiga cidade viria a ser destruída por terremotos em 322 e 342 a.C., empurrando seus habitantes para o litoral mais ao sul.
