Medusa | George Patsouras
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Encontrados fragmentos de cerâmica da Medusa em caverna

por. Thiago Marques
Publicado: Atualizado: 1 comentário 4 minutos de leitura

Arqueólogos encontraram em uma caverna em Gibraltar fragmentos de um gorgonião, uma representação em cerâmica da Górgona Medusa. A informação é da The Gibraltar Magazine.


Uma das histórias clássicas da mitologia grega é a decapitação da Górgona Medusa pelo herói Perseu. Com a ajuda dos deuses, Perseu encontra o caminho para o covil das três irmãs górgonas, Medusa, Esteno e Euríale, decapitando a primeira, tida como a mais maligna das três.

Segundo a tradição, a caverna onde habitavam as criaturas estaria situada dentro dos limites do Estreito de Gibraltar e regiões adjacentes do norte da África.

Encontrados fragmentos de cerâmica da Górgona Medusa em uma caverna em Gibraltar

Fragmentos do gorgonião da Medusa sobre desenho da provável imagem original. | The Gibraltar Magazine

Cientistas reuniram-se na edição deste ano da Conferência Calpe, evento que reúne pesquisadores da arqueologia e do patrimônio histórico de Gibraltar. Ali, foi revelada a descoberta de fragmentos de um gorgonião (Gorgoneion), uma representação em cerâmica da Medusa, na Caverna de Gorham em Gibraltar. Os fragmentos foram encontrados na parte mais profunda da caverna, dando suporte ao mito original e à sua localização.

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A descoberta é uma ponte notável entre a mitologia clássica e a arqueologia. Isso indica que, aos olhos dos marinheiros antigos dos séculos VIII e VII a.C., a Caverna de Gorham, situada na base de um dos Pilares de Herácles, era o lar da górgona.

Encontrados fragmentos de cerâmica da Górgona Medusa em uma caverna em Gibraltar

Arqueólogo apresenta exemplos de gorgoniões durante a Conferência Calpe 2019. | The Gibraltar Magazine

O mito da Medusa

Medusa era uma das três filhas das divindades marinhas Fórcis e Ceto e a única mortal entre as irmãs. Ao contrário da imagem mais conhecida através dos mitos, originalmente Medusa era uma virgem sacerdotisa do Templo de Atena. Casta, bela e dotada de longos cabelos sedosos, Medusa atraía diversos olhares para si, incluindo o do deus dos mares, Poseidon.

Em certa feita, Poseidon violou a sacerdotisa no interior do templo. Atena, deusa virgem e guerreira, prezava a castidade como uma qualidade imprescindível para aquelas que a serviam. Furiosa com o que enxergou como uma profanação de seu templo, resolve punir Medusa, em vez de Poseidon que, assim ela enxergava, apenas obedecia aos seus impulsos masculinos.


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Atena transformou Medusa em uma górgona (do grego Gorgóna, terrível, apavorante), com serpentes venenosas no lugar de cabelos, presas de javali, mãos de bronze, asas de ouro e grandes olhos flamejantes, que petrificavam aqueles que olhassem diretamente para eles. Detalhes de sua aparência variam entre versões do mito, mas o caráter tenebroso é uma constante. O mesmo destino foi dado a suas duas irmãs, Esteno e Euríale, por terem ficado ao seu lado contra a atitude de Atena.

Eis que surge Perseu, proscrito junto com sua mãe para uma terra distante por seu avô Acrísio, rei de Argos, devido a uma profecia que previa a morte deste último pelas mãos do neto. Mãe e filho vão parar em uma ilha, onde são acolhidos por humildes pescadores.

O rei da ilha incita Perseu a conseguir a cabeça de uma das três Górgonas. Aceitando o desafio, Perseu obtém a ajuda dos deuses, a saber: um escudo emprestado de Atena; um capacete que permite ficar invisível cedido por Hades; bem como sandálias aladas e uma espada de Hermes.


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Prevenido sobre o penetrante e petrificador olhar da Medusa, a única das górgonas que não era imortal, Perseu consegue decepar sua cabeça enquanto suas irmãs dormiam. Após a morte da Medusa, suas irmãs despertam e perseguem Perseu, que consegue escapar com o auxílio dos presentes de Hades e Hermes. Ele entrega a cabeça a Atena que a encrava em seu escudo. Assim, a deusa pôde utilizá-lo para petrificar seus inimigos em combate.

Encontrados fragmentos de cerâmica da Medusa em caverna 1

“Perseu com a cabeça da Medusa”, escultura de Benvenuto Cellini em Florença, Itália.

Referências

  • BROWN, Nicholas. The Myth of Perseus and Medusa and its Relationship with Ancient Greek ArtDisponível em: https://www.academia.edu/9480993. Acesso em: 24 set. 2019.
  • OLIVEIRA, Kamilla Mesquita. Medusa ao reverso: Uma jornada entre mitos, pedras e danças. Arte da Cena (art On Stage), [s.l.], v. 3, n. 1, p.085-107, 31 jul. 2017. Universidade Federal de Goiás. http://dx.doi.org/10.5216/ac.v3i1.44910.
  • SILVA, Fabio Mario da. O mito da Medusa e sua relação com a poesia de Judith Teixeira. Todas As Musas, [s.l.], v. 1, n. 6, p.78-88, jul. 2014. Disponível em: https://www.todasasmusas.com.br/11Fabio_Mario.pdf. Acesso em: 24 set. 2019.

Fonte da imagem destacada: George Patsouras

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1 comentário

Jerônimo Viana 28/10/2021 - 15:44

Fantástico.

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