Uma equipe de arqueólogos descobriu um provável salão de beber dos vikings durante uma escavação nas ilhas Orkney, Escócia. A informação é da BBC.
Acredita-se que o local, situado na fazenda Skaill em Westness, situada na pequena ilha de Rousay, remonta ao século X e pode ter sido usado pelo chefe Sigurdo, o Poderoso. Os objetos e elementos estruturais da construção encontrados nas escavações podem revelar diversos detalhes sobre costumes e atividades dos habitantes do local desde o período nórdico até o século XIX.
Ligação com os vikings
As ilhas Orney já foram um centro de poder no império nórdico durante a Era Viking. Sua herança viking, como verificado nos nomes de lugares e arquitetura, permanece em evidência até os dias de hoje. Estudos genéticos revelaram que muitos dos nativos do arquipélago são descendentes daqueles que se estabeleceram nas ilhas no final do século VIII.
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Westness é mencionada na saga Orkneyinga — uma narrativa histórica do arquipélago — como o lar do Jarl (Conde) Sigurdo Hlodvirsson, o poderoso chefe do século XII. Já o nome “Skaill”, que é uma palavra nórdica para “salão”, sugere que o local possa ter sido usado por pessoas de status elevado para sessões de bebida.
Acredita-se que o salão date entre os séculos X e XII. A construção foi descoberta sob as ruínas de uma antiga sede da fazenda atualmente existente no local. Essa construção mais recente data do século XVIII ou XIX.
Uma equipe do Instituto de Arqueologia da University of the Highlands and Islands, estudantes e residentes da ilha de Rousay, vinham escavando o local há vários anos a fim de encontrar a edificação.
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Dan Lee, codiretor do projeto de escavação, falou sobre a descoberta.
“A grande notícia desta estação é que finalmente encontramos o salão em Skaill, como sugere o nome do lugar. Nunca se sabe, mas talvez o próprio Jarl Sigurdo tenha se sentado em um dos bancos de pedra dentro do salão e bebido uma jarra de cerveja.”
Um milênio de objetos descartados
A equipe que está investigando o local disse que paredes de pedra “substanciais” foram encontradas a 5,5 metros de distância uma da outra, com detalhes internos, como bancos de pedra distribuídos por ambos os lados.
As escavações ainda não foram concluídas, mas elas parecem ter mais de 13 metros de comprimento cada uma.
Os achados incluem pedra-sabão das ilhas Shetland, cerâmicas e um disco de fuso de tecelagem feito de osso, bem como um fragmento de um pente de osso nórdico.
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A codiretora do projeto, Dra. Ingrid Mainland, falou sobre a importância da descoberta.
“Recuperamos um milênio de objetos descartados que nos permitirão uma oportunidade ímpar de observar as mudanças nas tradições dietéticas, agricultura e práticas de pesca do período nórdico até o século XIX.”
As ilhas Orkney estiveram sob poder escandinavo até 1468. Naquele ano, foram penhoradas à coroa escocesa pelo Rei Cristiano I da Dinamarca, na qualidade de (também) Rei da Noruega. As ilhas foram uma garantia como pagamento do dote da Princesa Margarida, sua filha, prometida a Jaime III da Escócia. Como o pagamento não foi honrado, o arquipélago foi anexado pela coroa escocesa em 1472.
Sigurdo foi jarl das ilhas Orkney entre 991 e 1014. Ele controlava não apenas o arquipélago, mas também as ilhas Shetland e extensas terras na Escócia continental. Foi durante seu período como jarl que as ilhas do norte da Escócia foram cristianizadas, após uma grave ameaça por parte do rei norueguês Olavo I em caso de recusa.
Fonte da imagem destacada: Miro Vesterinen