Spyros Giasafakis and Evi Stergiou. | Daemonia Nymphe | Foto: Jean Wong
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Retorno à Grécia Antiga com os hinos extáticos de Daemonia Nymphe

por. Thiago Marques
Publicado: Atualizado: 0 comentários 6 minutos de leitura

A banda Daemonia Nymphe (Ninfa Divina, em grego) foi fundada em Atenas no ano de 1994 por Spyros Giasafakis e seu irmão, Pantelis.


A ideia inicial da dupla foi a de musicar textos da mitologia grega, especialmente hinos órficos, homéricos e poemas sáficos dedicados a Zeus e a Hécate. Hoje, as composições apresentam também letras próprias.

O primeiro álbum foi lançado em 1998, intitulado The Bacchic Dance of the Nymphs. A banda encontrou diversos percalços em encontrar gravadoras interessadas em lançar o disco, pois as mesmas tiveram grande dificuldade em enquadrar a Daemonia Nymphe em um gênero musical. No fim das contas, o lançamento ficou por conta do selo alemão Solistitium Records.

Spyros iniciou a sua carreira artística como artista plástico, estudando escultura na Escola de Belas Artes de Tessalônica e, posteriormente, na Byam Shaw School of Art e na Wimbledon College of Art em Londres, o que contribuiu para mergulhar mais a fundo na sua herança cultural grega. Mesmo hoje ele ainda utiliza os talentos adquiridos para caracterizar ainda mais as performances ao vivo do grupo.

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Veja também: Daemonia Nymphe relançará ‘Psychostasia’ com músicas inéditas

Após a entrada de Evi Stergiou e a saída de Pantelis no ano 2000 para formar o projeto solo Arkane, a banda finalmente começou a realizar apresentações ao vivo. Inspirados pelos aspectos artísticos dos períodos Arcaico e Clássico da Grécia Antiga, Daemonia Nymphe foi a primeira banda do mundo a fazer uso de instrumentos históricos gregos em composições e performances ao vivo, marcadas pela sua teatralidade e caracterização, com máscaras e véus. Suas apresentações transmitem uma atmosfera hipnótica e extática. Não à toa, já foram convidados algumas vezes a compor canções e apresentações em teatros e em festivais de cunho histórico. Além disso, já emprestaram suas composições a trilhas de filmes e documentários.

Return to Ancient Greece with the ecstatic hymns of Daemonia Nymphe

Spyros Giasafakis and Evi Stergiou. | Daemonia Nymphe | Photo: Jean Wong

Foi nesse mesmo período em que Spyros entrou em contato com Nikolaos Brass, um fabricante de reproduções de instrumentos musicais da Grécia Antiga. Ao ouvir algumas das composições da banda, Nikolaos resolveu imediatamente doar alguns dos instrumentos de sua coleção. Esse fato permitiu à Daemonia Nymphe alcançar territórios inexplorados para a sua música.

Segundo Spyros, foi bastante desafiador encarar instrumentos que viam apenas pintados em vasos, em desenhos, pinturas, museus ou descritos em livros. Tiveram que pesquisar bastante a respeito e encontrar os próprios meios para tocar a lira de Creta, a cítara, o bárbito, dentre outros tantos instrumentos resgatados da antiguidade por Nikolaos Brass.

Projeção internacional

2002 foi o ano em que a dupla assinou um contrato com o selo francês Prikosnovénie para lançar o álbum homônimo, Daemonia Nymphe, que projetou a banda para o resto da Europa e para o mundo. O selo é responsável por lançamentos de artistas de várias partes do mundo. No entanto, Daemonia Nymphe foi o primeiro grupo musical oriundo da Grécia a ter material lançado por eles.

A dupla Spyros Giasafakis e Evi Stergiou se juntou, ao longo dos anos, a diversos músicos, dançarinas e, até mesmo, mestres de marionetes de diversos países. Tornaram possível, assim, realizar performances ritualísticas que transportam os ouvintes ao passado perdido da Hélade. Os músicos de sessão que se juntam à dupla habitualmente são:  Victoria Couper, Vaggelis Paschalides, Christopher Brice e Stephen Street.


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Psychostasia, o sexto álbum da banda, foi o primeiro a ser totalmente concebido e apresentado como uma peça teatral. Segundo Spyros

“Sempre buscamos nos envolver com o teatro, pois, na Antiguidade, não havia performances musicais sem teatro, nem teatro sem música.”

Spyros Giasafakis

O álbum mais recente da banda, lançado em 2016, é Macbeth, trilha sonora da produção teatral com mesmo nome, dirigida por Anastasia Revi e baseada, naturalmente, na obra de William Shakespeare. A obra foi comissionada pelo Teatro Nacional do Norte da Grécia. Recentemente, a banda entrou em negociações para compor músicas para o jogo Assassin’s Creed Odyssey, mas a parceria acabou não dando certo, infelizmente.

Capa do álbum Macbeth (2016) | Daemonia Nymphe | Equilibrium Music

Capa do álbum Macbeth (2016) | Equilibrium Music


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