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Descobertos caixões romanos com ornamentação celta na Inglaterra

por. Thiago Marques
Publicado: Atualizado: 0 comentário 3 minutos de leitura

Dois caixões de chumbo romanos foram descobertos durante trabalhos em uma pedreira no condado de Surrey, sudeste da Inglaterra. A informação é da revista Current Archaeology.


A descoberta foi realizada pela empresa Wessex Archaeology, que prestava serviços para a Sibelco, uma companhia de extração de matérias-primas. A Sibelco entrou em contato com arqueólogos para investigar o achado, como requerido pela lei inglesa.

Os ataúdes apresentavam claras evidências de influência celta em sua ornamentação. São poucos os sepultamentos conhecidos realizados com esse tipo de caixão nos tempos em que a Inglaterra fazia parte do Império Romano. Não mais que algumas centenas.

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Os caixões faziam parte de um grupo de sepultamentos localizados num pequeno recinto de cemitério em forma de L. Alinhados de leste a oeste, os ataúdes eram de tamanho similar, medindo 1,9 m de comprimento por 0,45 m de largura e 0,36 m de altura. A coloração do solo dentro do túmulo sugere que eles podem ter sido originalmente envoltos em caixões de madeira maiores. As análises científicas deverão confirmar se esse foi o caso.

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Descobertos caixões romanos com ornamentação celta na Inglaterra | Wessex Archaeology


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Ambos os caixões eram feitos de folhas soldadas de chumbo fundido. Suas tampas eram decoradas com imagens de conchas de vieira, dispostas dentro de triângulos e retângulos formados a partir de tiras de contas. Ornamentos de vieiras são decorações comuns nas tampas dos caixões de chumbo romanos, particularmente naquelas encontradas na região do Vale do Tâmisa. O material escolhido pode indicar o pertencimento dos mortos a um estrato social mais elevado.

Acredita-se que eles eram associados com a ideia romana da viagem para o submundo, mas, na cultura romano-celta, pode também se referir à fertilidade e renascimento.

Estado dos caixões e dos restos mortais

Os caixões perderam sua forma original com o tempo. Sua cobertura ruiu, fazendo com que areia se acumulasse em seu interior. Isso fez com que os restos humanos que eles continham se encontrassem em condições muito ruins. Desta forma, uma avaliação osteológica completa não poderia ser realizada com sucesso.

No entanto, a Wessex Archaeology foi capaz de identificar a ossada parcial de um adulto e um bebê em um dos caixões. A criança provavelmente tinha menos de 6 meses de idade no momento da morte. Uma mãe e seu bebê, talvez? No outro caixão, foram encontrados os restos parciais de um outro adulto.

O cemitério continha ainda outros quatros enterros, aparentemente em caixões de madeira. Três deles apresentavam madeira bastante degradada. Do quarto deles, havia sobrado apenas alguns pregos de ferro sugerindo a presença de um ataúde.

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