Faun é uma banda alemã formada em Munique, em 1998, que já foi rotulada como um grupo de pagan folk (como a própria costuma referir a si mesmos), neofolk, darkwave, celtic folk, música medieval ou, mais recentemente, folk rock.
O fato é que o sexteto bávaro apresenta um leque de composições bastante originais e diversificadas, indo de baladas melancólicas a canções dançantes e festivas. Grande parte dessas características é consequência do emprego de instrumentos musicais antigos como a harpa celta, a nyckelharpa, a viela de roda, o cistre, gaita de fole e muitos outros. Além disso, as músicas são cantadas em diversos idiomas, incluindo o alemão nativo dos integrantes da banda, latim, húngaro e idiomas escandinavos antigos.
O nome “Faun” refere-se à deidade da mitologia romana, Faunus, o Pã dos gregos, o que remete à adoração que os membros da banda têm pela natureza e suas criaturas. A banda teve início com Oliver “S. Tyr” Pade, Elisabeth Pawelke, Fiona Rüggeberg e Birgit Muggenthaler. Dois anos depois, Birgit deixou o grupo para tocar na banda de folk rock Schandmaul. No mesmo período, Rüdiger Maul entrou para o grupo, assumindo a percussão.
Em 2002, lançaram o primeiro álbum, intitulado Zaubersprüche, com Niel Mitra como músico de sessão, responsável pelos instrumentos eletrônicos. Posteriormente, tornou-se membro definitivo da banda, permanecendo até hoje. Para completar a atual formação, Stephan Groth entrou em 2012 e Laura Fella em 2017.
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As inspirações para as letras surgem, frequentemente, a partir de textos clássicos como Carmina Burana (Satyros, Renaissance), Cantigas de Santa Maria (Da que Deus, Renaissance), Jenaer Liederhandschrift de Vitslav III, Príncipe de Rügen (Loibere Risen, Renaissance), Saga de Egil Skallagrimsson (Licht), a Edda em Prosa de Snorri Sturluson (Sigurdlied, Buch der Balladen), Heinrich von Morungen (Von den Elben, Licht), a balada King Henry, além de autores românticos e modernos como John Keats (Der Wilde Wasermann, Buch der Balladen), Baron Munchausen (2 Falken, Totem, Jahrtausendalt, Buch der Balladen), José Melchor Gomis (Tinta, Totem), Joseph Freiherr von Eichendorff (Der stille Grund, Totem), Felicitas Kukuck (Tanz über die Brücke, Buch der Balladen), dentre outros.
Resgatando as raízes
Oliver, o líder da banda, foi o primeiro a se meter no mundo cultural revivalista do período medieval. Mestre em literatura medieval, enquanto compunha cancões de forma privada (pois “tinha o desejo de contar histórias em forma de música”), participava de feiras medievais praticando malabarismo ou como ator em peças teatrais. Já atuou também como músico de sessão para Mediaeval Baebes, Eluveitie, Celtic Women, Corvus Corax, Schandmaul, dentre muitos outros. Ao longo dos anos, percebeu como as pessoas têm resgatado a vontade de estar mais próximas à natureza, sentados em grupo em torno de uma fogueira, em vez de irem a uma boate, por exemplo. Ou seja, “retornando às raízes”.
Para os integrantes da banda, é fundamental que as pessoas resgatem as próprias raízes, sua história, folclore, contos de fadas, sagas antigas. Faun faz tudo isso, magistralmente, em suas composições, despertando esses mesmos anseios em outros indivíduos. Não há dúvidas de que a música folk tem obtido bastante êxito em inspirar esse sentimento nas pessoas mundo afora.
O sétimo álbum de estúdio de Faun, Von den Elben, lançado em 2013, foi o primeiro disco da banda a atingir o top 10 dos álbuns lançados naquele ano na Alemanha, Áustria e Suíça. Ele foi indicado para ao agora extinto prêmio ECHO, a então mais importante premiação de música na Alemanha, nas categorias Rock Nacional/Grupo Pop e Revelação Nacional do Ano. Já faturaram ainda discos de ouro (Luna) e de platina (Von den Elben).
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O álbum mais recente da banda se chama Midgard. Baseado na mitologia nórdica, tornou-se um dos mais populares álbuns lançados naquele ano na Alemanha e contou com a participação especial, na música Odin, de Einar Selvik, da banda norueguesa Wardruna. Em 2018, o grupo lançou uma coletânea contendo seus maiores sucessos, incluindo versões ao vivo de algumas das canções, intitulada XV – Best Of.
A banda já tocou duas vezes no Brasil, em 2016 e em 2018.
Membros
- Fiona Rüggeberg (vocais, flautas, gaita de foles, dombra, rebab, pomme)
- Oliver “S. Tyr” Pade (vocais, nyckelharpa, harpa)
- Stephan Groth (vocais, viela de roda, flautas, cistre)
- Rüdiger Maul (percussão, bateria, timbau)
- Niel Mitra (sampler, sintetizador)
- Laura Fella (vocais, tambor de quadro, mandola)
Discografia
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