Novas descobertas na antiga cidade de Troia sugerem que a cidade possa ter sido fundada seis séculos antes do que se imaginava. A informação é do Daily Sabah.
O sítio arqueológico de Troia está localizado na colina de Hisarlik, com vista para a planície costeira turca do mar Egeu. O local situa-se na atual província de Çanakkale, no noroeste da Turquia. Em 1988, a antiga cidade, outrora considerada uma lenda, foi reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO.
As primeiras escavações na cidade antiga foram realizadas em 1870 pelo empresário alemão Heinrich Schliemann, um dos pioneiros no campo da Arqueologia. Porém, escavações arqueológicas realizadas recentemente na cidade indicaram que a área foi utilizada como um assentamento seis séculos antes do que se supunha.
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Segundo o Prof. Dr. Rüstem Aslan, arqueólogo da Universidade de Çanakkale Onsekiz Mart (ÇOMU), a antiga cidade de Troia foi destruída e restabelecida muitas vezes devido a guerras, incêndios e terremotos.
As escavações tem sido realizadas na cidade situada ao sul do estreito de Dardanelos há 156 anos. De lá para cá, foram descobertas 10 camadas de assentamentos. Cada uma dessas camadas foi nomeada e numerada de Troia I a Troia XI. Aslan acrescentou que este ano foi encontrada uma nova camada que decidiram chamar de Troia 0.
“Encontramos vestígios de queimaduras, cerâmica e vigas de madeira na camada Troia 0.
Isso mostra que a história do assentamento data em torno de 5.500 anos atrás.”
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Ele acrescentou que esses vestígios encontrados são muito importantes para compreender a história da fundação de Troia. De acordo com as descobertas da camada Troia 0, os pesquisadores estimam que a cidade tenha sido fundada em torno do ano 3.500 a.C.
Aslan disse ainda que as camadas de assentamentos anteriormente escavadas pertenciam a um período entre 3000 a.C. (início da Idade do Bronze) e 1300 d.C (período bizantino).
A Guerra de Troia
A narrativa mítico-histórica da Guerra de Troia conta como guerreiros espartanos e aqueus cercaram a cidade no século XIII a.C. A história foi imortalizada pelo poeta grego Homero em seu poema épico A Ilíada.
O motivo apontado como causa do conflito, que teria durado em torno de dez anos, foi o rapto da Princesa Helena, esposa do rei espartano Menelau. O ato foi cometido por Páris, um dos filhos do rei de Troia, Príamo, durante uma missão diplomática. O fato enfureceu Menelau ao ponto dele arregimentar um poderoso exército, liderado pelo Rei Agamenon de Micenas. Suas forças cruzaram o mar Egeu a bordo de mais de mil navios.
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Ambos os lados da guerra sofreram grandes perdas durante a guerra, incluindo os heróis Heitor, do lado dos troianos, e Aquiles, por parte dos atacantes.
A versão mais conhecida do fim da guerra tem o famoso Cavalo de Troia como marco, porém ele não aparece na Ilíada. O estratagema utilizado pelos gregos figura na Odisseia, também de Homero e, principalmente, na Eneida, do poeta romano Virgílio.
O conflito foi retratado diversas vezes na literatura, teatro, cinema e TV. Uma das adaptações mais conhecidas é o filme Troia (2004) de Wolfgang Petersen.