Arqueólogos podem ter descoberto o local do túmulo do lendário fundador e primeiro Rei de Roma, Rômulo, informou o The Telegraph.
Uma equipe de arqueólogos realizará escavações em Roma em busca de um sarcófago de pedra de 2.500 anos. Acredita-se que o túmulo está ligado a Rômulo, o fundador da cidade perdido entre a Lenda e a História.
Uma câmara abaixo do Fórum Romano é o alvo dos trabalhos que serão executados em busca do sarcófago. O antigo coração da Cidade Eterna abriga ruínas de templos e palácios imperiais dos tempo de glória do Império Romano. O local é visitado por milhões de turistas todos os anos.
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O caixão de pedra provavelmente data do século IV a.C., quando teria sido depositado dentro de uma câmara em uma área mística e sagrada do Fórum. O objetivo de tal câmara seria celebrar a fundação de Roma.
Os arqueólogos acreditam que ela esteja enterrada a 3 metros de profundidade, abaixo do edifício do Comitium, precursor do Senado Romano.
A lenda de Rômulo e Remo
Segundo a lenda, Rômulo teria fundado Roma no século VIII a.C. após assassinar seu irmão gêmeo, Remo, em uma disputa sobre onde seria fundada a cidade. Os irmãos teriam sido jogados no Rio Tibre dentro de um cesto, sob as ordens do vingativo Rei Amúlio. Em vez disso, seus servos os deixaram na beira do rio, onde foram encontrados e amamentados por uma loba, que continua sendo o símbolo da cidade até hoje.
A hipótese
A hipótese de que o sarcófago se encontre ali surgiu a partir da leitura de textos clássicos de autores como Horácio e Tito Lívio, além de notas deixadas pelo arqueólogo do século XIX, Giacomo Boni. Ele teria visto o caixão de pedra durante as escavações em 1899, mas não fez a ligação com Rômulo. A câmara estava esquecida. Até agora…
Em entrevista ao The Telegraph, a arqueóloga do Ministério do Patrimônio Cultural da Itália e encarregada do projeto, Patrizia Fortini, falou sobre o que esperam encontrar ali:
“Esta é uma nova hipótese. A de que o sarcófago está ligado ao culto de Rômulo. Não esperamos encontrar restos humanos. O caixão foi posto lá cerca de quatro séculos após a morte de Rômulo como um símbolo, uma lembrança do homem.”
Não há provas concretas de que Rômulo e Remo realmente existiram. A lenda conta que Rômulo foi assassinado e desmembrado por membros do Senado, sendo posteriormente deificado como Quirino.
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Mas Alfonsina Russo, diretora da área arqueológica que inclui o Fórum, o Monte Palatino e o Coliseu, acredita que a lenda dos irmãos rivais se baseava nos verdadeiros fundadores de Roma.
“Ele pode ter existido. Há sempre elementos de verdade nos mitos como este.”
“Il Primo Re”
O anúncio das buscas coincide com o recente lançamento do filme italiano Il Primo Re (O Primeiro Rei). O filme conta a história de Rômulo estreou no dia 31 de janeiro nas salas de cinema da Itália. A produção é toda narrada em latim arcaico, com legendas em italiano. Ainda não há uma previsão para o lançamento no Brasil.
O filme é repleto de ação e sangue e já recebeu uma crítica por parte da arqueóloga Alfonsina Russo:
“O lançamento do filme é uma coincidência. Estamos trabalhando neste projeto há anos. O filme retrata os primeiros romanos como bárbaros, quase como pessoas da Idade da Pedra, mas na verdade eles eram muito sofisticados, com uma ordem social altamente desenvolvida.”
Confira o trailer do filme abaixo!
IL PRIMO RE – Trailer Ufficiale
Dalla storia divenuta leggenda.Il Trailer ufficiale de #IlPrimoRe, il nuovo film di Matteo Rovere con Alessandro Borghi e Alessio Lapice. Dal 31 Gennaio al Cinema.
Posted by Il Primo Re on Tuesday, December 18, 2018
Abertura ao público
Se o caixão for descoberto e for mesmo ligado ao lendário fundador de Roma, a área será aberta ao público.
Em 2007, arqueólogos encontraram uma caverna que servia como um santuário para a lenda sobre Rômulo e Remo sendo amamentado pela loba. A caverna, conhecida como a Lupercal, derivada da palavra latina para o lobo, era um local de culto que era sagrado para os antigos romanos.
Decorada com mosaicos coloridos e conchas do mar, a caverna foi encontrada a 15 metros de profundidade em uma área anteriormente inexplorada do Monte Palatino. O Palatino era o local onde os imperadores romanos construíram seus palácios.