Mural de 3.800 anos em agradecimento pelas chuvas é encontrado no Peru. | Foto: Zona Arqueológica Caral | via Perú.com
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Encontrado no Peru mural de 3.800 anos em agradecimento pelas chuvas

por. Thiago Marques
Publicado: Atualizado: 0 comentário 5 minutos de leitura

Um mural com cerca de 3.800 anos de idade da civilização de Caral, contendo cenas de agradecimento pelas chuvas, foi descoberto por arqueólogos no Peru. A informação é da BBC.


A parede com o relevo esculpido mede 1 metro de altura e 2,8 metros de comprimento, sendo feita de adobe. Ela foi encontrada dentro de uma edificação cerimonial no sítio arqueológico de Vichama, na costa central do Peru. O mural retrata o povo da civilização de Caral (séculos XXX a.C. a XVIII a.C.), incluindo uma figura humanoide com rosto de sapo.

Mural de 3.800 anos em agradecimento pelas chuvas é encontrado no Peru

O mural encontrado no Peru retrata o povo da civilização de Caral, incluindo uma figura humanoide com rosto de sapo, provavelmente representando a chegada das chuvas. | Foto: EPA | via BBC

A Dra. Ruth Shady Solís, diretora da Zona Arqueológica Caral (ZAC), acredita que a cena represente a “chegada da água” através das chuvas.

Ela afirma que sapos representavam a água na antiga civilização andina, ao passo em que a face abaixo do anfíbio representa os humanos à espera das chuvas para dar continuidade à vida.

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Uma outra imagem mostra quatro cabeças humanas rodeadas por serpentes, possivelmente divindades relacionadas à água. Há também o que parece ser uma semente com uma face sorridente, escavando o solo para renovar a vida. Por outro lado, outros relevos mostram indivíduos emaciados.

Mural de 3.800 anos em agradecimento pelas chuvas é encontrado no Peru

Relevo mostrando indivíduos emaciados. Foto: Zona Arqueológica Caral | via Deutsche Welle

Segundo o Deutsche Welle, os pesquisadores interpretaram as esculturas como o produto do final de um período de escassez e fome experimentado pela população daquela época.

Tatiana Abad, outra arqueóloga trabalhando no local, disse que a escultura representa um momento de “crise” para as pessoas que viveram naquele local.

O sítio arqueológico de Vichama está localizado na província de Huaura, a cerca de 150 km ao norte de Lima. Os trabalhos de escavação tiveram início em 2007 no local.


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Os pesquisadores acreditam que Caral pode ter sido uma comunidade agrícola e de pescadores. Eles a consideram um dos mais importantes centros populacionais da civilização de Caral, também conhecida como Norte Chico. Traçando suas origens há 5.000 anos, a civilização é contemporânea das  civilizações mesopotâmica, egípcia e chinesa.

Até agora, foram descobertas no local as ruínas de 22 edificações em um espaço de 25 hectares. As construções datam entre os anos 1800 e 1500 a.C.

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Vista aérea do sítio arqueológico de Vichama. | Foto: Zona Arqueológica Caral | via Deutsche Welle

A civilização de Caral

A Cidade Sagrada de Caral-Supe, no Peru, é descrita como o centro mais antigo das civilizações pré-colombianas das Américas. O local foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2009.

Acredita-se que a civilização de Caral tenha misteriosamente entrado em declínio nos anos 1.800 a.C. A Dra. Solís acredita que o mural encontrado em Vichama, representando mudanças no clima local, poderá esclarecer o motivo.


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Os habitantes de Caral construíram grandes monumentos, como pirâmides, praças, anfiteatros e templos. Além disso, praticavam tecelagem, agricultura, desenvolveram sistemas de irrigação intrincados e possuíam um sistema complexo de cálculos e registros.

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Detalhe da semente sorridente retratada após receber a água da chuva, renovando a vida na comunidade. | Foto: Zona Arqueológica Caral | via Deutsche Welle

De acordo com o Ancient Origins, eles comercializavam com sociedade vizinhas, chegando até à floresta amazônica, como indicam algumas esculturas de macacos encontradas pelos arqueólogos. Curiosamente, não foram encontrados indícios de envolvimentos em guerras. Não há estruturas defensivas, armas, tampouco restos mortais com marcas de violência.

Os arqueólogos acreditam que o povo de Caral tenha sido uma cultura pacífica, que dedicava seu tempo estudando o céu, praticando sua religião (provavelmente xamânica) e tocando instrumentos musicais, como flautas.

Fonte da imagem destacada: Perú.com

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