Duas tumbas intactas de 3.300 anos foram descobertas na Grécia em um importante cemitério da civilização micênica. A informação é do Ancient Origins.
Os dois túmulos de câmara remontam aos anos 1300 a.C.
Ao passo em que outras tumbas encontradas na área foram extensivamente saqueadas, os túmulos recém-descobertos estão intocados. O achado oferece aos pesquisadores novas perspectivas a respeito das práticas culturais daquele período e do desenvolvimento da civilização micênica.
Os túmulos estão localizados no sul da Grécia, em Aidonia, no terreno acidentado do Peloponeso. Não muito longe dali está situado o sítio histórico de Nemeia, famoso pelo leão do primeiro dos doze trabalhos de Hércules. O local é rico em ruínas arqueológicas, incluindo um famoso templo dedicado a Zeus. A Aidonia também é conhecida por seu conjunto de tumbas antigas, porém a maior parte delas foi vítima de invasores e saqueadores na década de 1970.
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O Ministério da Cultura da Grécia anunciou que a descoberta foi feita durante uma escavação patrocinada pelo Eforado de Antiguidades de Corinto. Os trabalhos foram liderados pelo Professor Assistente de Arqueologia das Universidades de Graz (Áustria) e Trier (Alemanha), Konstantinos Kissa.
Cemitério micênico
As tumbas estão localizadas na parte leste do cemitério micênico. A civilização micênica remonta à Idade do Bronze tardia, tendo exercido grande influência sobre a cultura da Grécia Clássica. Foi famosa por seus palácios e sua cultura guerreira aristocrática. Os retratos mais famosos do período encontram-se na Ilíada e na Odisseia de Homero.
Os pesquisadores estimam que os túmulos datem entre 1400 a 1200 a.C., correspondendo ao período micênico tardio. A primeira tumba encontrada estava coberta e apresentava dois enterros distintos. Ela continha os ossos de 14 pessoas, que haviam sido transferidos de outras tumbas, segundo o Global News. O teto do outro túmulo havia desmoronado, mas foram encontrados três enterros no local.
Objetos enterrados há 3.000 anos
As duas tumbas recentemente descobertas datam do apogeu da civilização micênica, durante a Idade do Bronze. Naquela época, os micênicos estavam construindo palácios monumentais, como os encontrados nas ruínas de Micenas.
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Ambos os túmulos de câmara continham bens funerários com mais de 3.000 anos de idade. Arqueólogos encontraram vários utensílios de barro, algumas estatuetas e objetos menores, como botões. Na tumba cujo teto não havia desmoronado, os arqueólogos encontraram alguns potes, falsas ânforas (jarros) e bacias, que provavelmente contiveram oferendas aos mortos.
Ladrões de túmulos
O fato mais interessante em torno da descoberta das duas tumbas é que elas não foram saqueadas como ocorreu com as demais do cemitério. Os roubos conduziram o Serviço Arqueológico Grego a realizar várias escavações no local. Arqueólogos liderados por Kalliopi Crystal-Votsi e Constantina Kaza fizeram uma série de importantes descobertas no final dos anos 1970 e início dos anos 80.
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No total, cerca de 20 túmulos de câmara foram escavados naquele período. Apesar de terem sido saqueadas, as sepulturas renderam uma grande variedade de joias. Entre os itens encontrados estavam armas, recipientes para armazenamento e utensílios de mesa. Alguns dos objetos de ouro que haviam sido anteriormente saqueados dessas tumbas foram recuperados pelo governo grego. Eles vieram à tona depois de uma tentativa de leilão em Nova York, na década de 1990.
Existem planos para a realização de novas escavações no local para, possivelmente, encontrar outros túmulos.